quarta-feira, 24 de agosto de 2011

3º Dia de Filmagem – Prainha da Paulista

Pesquisa
Dizem que praia de paulistano é shopping, mas esses templos do consumo dividem este posto de ponto de fuga e relaxamento com os inúmeros bares da capital, mais numerosos que os shoppings – afinal, tem gente não vai ao shopping pra comprar, mas pra tomar umas na praça de alimentação ou até pra comprar uma birita no supermercado e beber na porta de entrada do shopping mesmo.

Mas pra quem trabalha o dia todo enclausurado num escritório, nada melhor que descer do arranha-céu depois do expediente e tomar uma gelada na calçada lá embaixo, vendo o movimento frenético da avenida – ela mesma, a Avenida Paulista. Em um documentário sobre o hábito de beber na cidade de São Paulo, não poderia deixar abordar os frequentadores da rua mais emblemática de cidade. E não foi difícil escolher o ponto exato da avenida para filmar: a esquina com a maior concentração de bares da rua.

Não estou falando apenas do bar “Prainha Paulista”, mas de todos os bares próximos a ele na esquina da Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima e seu primeiro quarteirão no sentido do bairro dos Jardins, quase em frente ao famoso prédio da Gazeta e da Faculdade Cásper Líbero.


Torre da Gazeta, quase em frente à esquina da Prainha


Lá se reúnem desde executivos da região, trabalhadores de outros cantos da cidade que passam por ali no caminho pra casa, amigos de bairros longínquos que encontram na Paulista um ponto de encontro “no meio do caminho” entre todos e estudantes das faculdades e cursinhos da região. Por isso escolhi a locação e decidi filmá-la no happy hour, pois me interessava encontrar grupos de colegas de trabalho e o local é perfeito para isso.

Produção
Desta vez, foi ainda mais fácil que a segunda gravação. Os equipamentos foram os mesmos que usamos na última filmagem e a definição de câmeras também. O único tropeço foi quase ficarmos sem uma pessoa para operar a segunda câmera, mas no final, todos conseguiram chegar. Gabriel Portella na câmera principal, Taiana Ferraz na Câmera auxiliar e Fábio Cardoso Dellazzari, colega de trabalho do Gabriel na escola de cinema, 3D e animação MELIES, que ficou responsável pelo som.

Filmagem
Dia documentado: 11/08/11, quinta-feira, das 19h às 22h.

Devido ao trânsito paulistano, cheguei antes do resto da equipe e fez bastantes takes da avenida e dos bares enchendo. Tentei me camuflar na multidão de transeuntes para que as pessoas não ficassem incomodadas com minha presença e começassem a agir diferente. A lente 50mmf1.8 possibilitou obter imagens nítidas mesmo com pouca luz, só era preciso ficar bastante atento ao foco – mas brincar com enfoque e desfoque formou imagens bonitas que, talvez, possam ser usadas para passar uma sensação de turvamento da vista provocada pelo álcool; é uma ideia!

Esquina da Paulista com a rua dos bares, ao fundo se vê uma mesa de entrevistados

Quando a equipe chegou, fomos pedir permissão para filmar dentro de um dos bares mais cheios daquele quarteirão, o famoso “Prainha Paulista. O gerente foi super receptivo, no entanto, já havia um repórter da TV Cultura entrevistando alguns clientes. Por isso, decidimos começar filmando o bar exatamente na esquina com a Paulista, o “Café Creme”. Havia vários grupos animados sentados em mesas na calçada da Av. Paulista, onde a iluminação é privilegiada.

Depois de obter autorização do gerente, abordamos um grupo de colegas de trabalho de uma empresa de Tecnologia da Informação, vários homens e apenas uma mulher, com faixa etária entre os 25 e 35 anos de idade. Novamente, puxei uma cadeira, sentei-me junto a eles e optei pela conversa coletiva, começando com algumas perguntas e depois jogando temas polêmicos na roda.

A “tática” foi tão bem sucedida para fazer com que eles se sentissem à vontade, que o grupo continuou o assunto mesmo depois que passamos as autorizações de uso de imagem e som, desligamos as câmeras e fomos abordar outras mesas. Foi interessante observar como uma geração que foi adolescente há pouco tempo já tem uma percepção bem diferente sobre a maneira como os mais jovens de hoje bebem e conta histórias distintas das de hoje sobre como começou a beber.

Em seguida, abordamos uma mesa de executivos mais sérios, de terno, para tentar captar um ponto de vista diferente. Logo nos demos conta de que aquele era o Dia do Advogado e o famoso “Dia da Pindura”. Não vimos ninguém tentando pendurar a conta naqueles bares, mas encontramos muitos advogados comemorando sua data.

As entrevistas com advogados fora de seus escritórios foram muito interessantes, pois me permitiram abordar temas relacionados à regulamentação das bebidas alcoólicas – especialmente, no que diz respeito à presença massiva de jovens nas propagandas dessas bebidas – de maneira mais profunda. Falei com “especialistas”, mas sem cair em uma linguagem estritamente técnica, já que era uma conversa de bar, e não uma entrevista tradicionalmente séria.

Acredito que conseguimos depoimentos significativos junto ao tipo de público que esperávamos abordar. Faltou a presença de estudantes, que também imaginamos encontrar por ali, mas este público encontraremos nas próximas filmagens com certeza!

2 comentários:

  1. Bru, estou adorando acompanhar essa saga do seu doc.. E claro que morrendo de curiosidade para ver o resultado final!

    Um brinde ao seu trabalho, menina!

    ;)

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  2. Brigadão, querida!

    Brindar bem para brindar sempre! Hehe

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